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Memórias insanas

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Mensagem por Convidad Seg Jul 01, 2013 1:45 pm

Memórias insanas 2ng7


Um local escuro, iluminado apenas pelos lampejos de descargas elétricas brilhando além de janelas de madeiras cujos vidros escorriam as gotículas de água oriunda de uma forte chuva. O local frio cercado por quatro paredes, que naquela noite pareciam mais sombrias que o normal. A umidade no local tornava o ambiente um pouco mais frio que o normal para a região. O chão possuía algumas trincas, o que remetia que a construção era bem antiga, o concreto por sobre o solo estava gelado e igualmente úmido. O teto também demonstrava desgastes com longas trincas em sua extensão, permitindo que algumas gotas de água percorressem sua extensão provocando goteiras em alguns pontos até pequenas poças serem formadas. Os beliches eram o aparato para um breve repouso de quem ali adentrasse, estavam espalhados ao longo do cômodo, meticulosamente colocado para aproveitar o máximo de espaço possível. Uma sinfonia sutil, naquela noite, se iniciava com as notas delicadas oriundas de onomatopeias proveniente das goteiras do teto que sincrônica e harmoniosamente cadenciavam o ressonar de corpos cansados emanavam respirares pesados e aliviados que precediam os graves sons da tempestade que misturado ao barulho das águas se chocando contra os vidros da janela e os concretos das paredes entoavam junto aos trovões a bela canção noturna daquele dia. O céu revolto escondia a lua em meu as nuvens negras carregadas que brilhavam ao relampear em meio a precipitação, os ventos pareciam lobos famintos a espreita de sua presa, o frio contrastava com as características da região aquela noite e por fim a requintada escuridão que se fazia ali adornava o cenário com um requintado charme de morbidez. As camas estavam todas ocupadas no interior daquele alojamento do santuário, corpos com traços delicados e torneados indicavam ser ali o alojamento das guerreiras de Atena. As amazonas desde as eras mitológicas eram fadadas a usar uma máscara para esconder seus rostos, bem como serem tratadas como homem dentro dos domínios da deusa da justiça. Os objetos daquele cômodo, bem como o mesmo, eram os únicos permitidos a desfrutarem da beleza exótica, em sua íntegra, das mais belas guerreiras que devotam sua vida e fé a Atena. O sono se unia ao cansaço zelando o descanso merecido daquelas bravas guerreiras, contudo uma delas parecia relutar em aceitar o peso das areias de Morpheus sobre seus olhos. As lembranças que acompanhavam a mente daquela jovem eram dolorosas e torturantes, seu passado manchado com o sangue daqueles que deveriam protegê-la, sua vida destruída pelos caprichos da maldade que insatisfeita ainda assombrava a mente da menina que não mais conseguia adentrar o mundo dos sonhos, forçando-a até em seus sonhos andar sob o longo e cordial tapete a si estendido pela dor. A noite parecia infindável aos olhos da jovem que lhe fazia companhia remoendo seu passado, parecia interminável. O olhar dirigido para a janela observava o arrebol de cores do céu, aos poucos, ir se firmando em um azul claro e sem nuvens, aos poucos o sol surgia a procurar a lua que tratava de se esconder. O cansaço finalmente havia derrubado a jovem que parecia acompanhar o repousar da lua e fechou os olhos que ainda teimavam em se fechar. A respiração pesada e ofegante emanava daquela jovem por nome de Aura, mas não era pelo cansaço, a imagem de sua desventura se formava em sua mente, a garota estava presa em seus sonhos e a angústia da violência sofrida pelas mãos de seus irmãos lhe angustiavam. O corpo se agitava na cama, suas mãos se comprimiam como se experimentassem uma dor insuportável, os olhos mesmo fechados se contraíam enquanto lágrimas escorriam. O desespero naquele rosto angelical era angustiante, sua alma parecia pronta para gritar, sua garganta já se contraía para o grito quando despertou com um barulho próximo a sua janela na rua em frente a mesma. As palmas de suas mãos batiam na lateral de seu colchão simultaneamente enquanto seu corpo se erguia rapidamente a noventa graus, com o tronco ereto e as pernas ainda esticadas por sobre o colchão. Um respirar desesperado e descompassado fazia até erguer os ombros da jovem tamanho parecia o susto que o terror em seus olhos cansados se refletia pelo reflexo da mesma por um dos vidros da janela. A certeza de ter ouvido um ruído estranho vindo do lado externo bem em frente ao quarto onde estava, levava a jovem a esquecer do alívio de ter acordado do inferno no qual se encontrava e se dirigir para ver o ocorrido. O sol iluminava a rua, a qual era observada por Aura, as construções remetiam a uma arquitetura antiga, paredes descascadas em alguns pontos, mofadas em outros e ao fundo uma torre com um relógio cuja altura ultrapassava a dos telhados. O olhar atento da garota observava dois rapazes, agindo como “valentões”, um deles trajado com um macacão azul e uma camisa de branca de mangas longas sob ele, enquanto o outro trajava uma calça social bege, com um cinto negro a segurando, camisa de manga longa igualmente branca com um colete marrom por cima e ambos com as mangas dobradas à altura da junção entre os cotovelos e o antebraço. O olhar maldoso de ambos fazia com que a menina discretamente abrisse a janela de seu alojamento enquanto observava os dois homens de pele branca e cabelos negros encurralarem sua vítima. Uma criança de cabelos loiros e longos trajava uma blusa branca com pompas em suas mangas e uma veste negra sobre ela, ainda segurava um simpático cachorro de pelos brancos e olhar assustado em seus braços e ambos se encontravam sob a mira dos encrenqueiros e de costas para o alojamento. Os passos cautelosos e assustados, da vítima, para trás, a fizeram tropeçar e sem demora os dois homens começaram a espancar tanto a indefesa quanto o animal que segura e logo os gritos de dor ecoavam nos ouvidos da menina que a tudo observava. Os indigitados diziam que eram os donos da área e que por tal motivo exigiam o dinheiro daquela pessoa que continuava a ser vítima da violência incondicional deles. A cena diante dos olhos de Aura lhe remetia a lembrar do abuso sexual sofrido por ela bem como as torturas que sofreu por parte de seus irmãos. Os gritos aumentavam, os grunhidos do pobre animal se mesclavam ao da pessoa que lhe protegia enquanto a jovem da janela observava a satisfação dos homens ao agredirem e ameaçarem a dupla.

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