O renascer do leão branco!

Chegou a hora que tanto se foi esperado, a noite avançava adiante e Ikaru viu o sinal de Fobos e caminhou ao lado do mesmo subindo a montanha, no inicio com uma certa dificuldade, mas logo se adaptava e subia com sorriso largo nos lábios se divertindo muito.

Ao chegar no topo da montanha ficou boquiaberto com o que viu, caminhando em passos lentos cada vez mais para dentro do local sentiu seu coração disparar de felicidade, em seus olhos a mente lhe fez uma ilusão da lembrança de seu pai treinando, mas sua felicidade diminuiu drasticamente ao ver a tristeza de Fobos, mesmo sem dizer uma só palavra seu sentimento era forte naquele ambiente e poderia ser percebido com facilidade.

No momento em que ia se pronunciar com algo ouviu o cavaleiro de Tigre Branco começar a passar os ensinamentos, começando a descrever o que é o cosmo e o que poderia se fazer, a mente do jovem aspirante estava determinada a brincar com seus olhos, logo começou a fazer a ilusão de que karamanis estava ao lado de Fobos falando ao mesmo tempo que o mesmo.

O aspirante de cabelos brancos começou a enrolar uma mecha de seus cabelos nos dedos da mesma forma que seu pai costumava fazer quando prestava atenção em algo, podia lembrar da energia que sentiu com Karamanis, Fobos e Hyto.

O interesse de Ikaru era claro, estava em busca de conseguir a armadura de Leão Branco, mas sabia que não seria fácil, apenas queria sentir aquela sensação em seu corpo novamente, depois de tantos anos apenas estudando matérias básicas estava esperando algo mais prático.

Chegou a hora do treinamento, Ikaru sentiu todo seu corpo ficar ansioso quando começava as explicações de Fobos, após silenciar os ensinamentos e ouvir as impertinentes perguntas do aspirante, o cavaleiro de Tigre Branco ficou irado disparando um golpe que terminou em uma destruição total de uma Rocha, o que deixou o garoto completamente paralisado de susto pela velocidade do ataque, porém o mesmo conseguiu com perfeição disfarçar em sua fisionomia que ficava completamente sem expressão, enquanto seu coração disparava o mais acelerado que podia.
Enquanto respirava lentamente acalmando o coração engoliu a seco a situação, por pouco ele não foi a Rocha, após as imensas ofensas e esbravejadas que Fobos disparou contra o garoto, o mesmo tentava disfarçar o suspiro incomodado com a falta de respeito do cavaleiro, mas por já ter uma experiência de orfanato permaneceu em silencio guardando apenas para si coisas que gostaria de dizer, nesse momento para Ikaru a melhor resposta seria provar a inocência de seu pai.
Ikaru olhou para a Rocha e arqueou a sobrancelha, parecia não acreditar nas ordens que recebeu, mas diante do que havia visto era melhor não contestar, o aspirante caminhou até a Rocha e encostou sua mão direita com a palma aberta na mesma e respirou fundo.
O aspirante a cavaleiro se afastou para trás ficando a 1/3 de um braço de distancia, deixando seu pé esquerdo para frente e o direito como apoio, respirou fundo com os olhos fechados se concentrando e em seguida disparava um soco contra a Rocha o que não dava certo e sentia uma dor terrível segurando o grito de dor.
Ficou com a respiração forte tentando controlar a dor que era insuportável, sacudiu mais rápido que pode aliviando. O aspirante tornou a ficar em posição respirando fundo e dava outro soco na Rocha não tendo efeito algum novamente fazendo-o sentir mais dor, o impacto com mais força fez com que Ikaru começasse a sangrar sua mão.
A situação já não dando certo fez com que Ikaru começasse a golpear a Rocha de qualquer forma descontrolado tentando quebra-la a todo custo com socos e chutes em pontos separados, a rocha permanecia intacta. O aspirante já estava com suas mãos sangrando e os joelhos e pés arranhados com sangue escorrendo, o suor escorrendo em seu rosto e a respiração ofegante, já haviam se passado 2 horas e a Rocha nem tinha ao menos arranhado se quer.
Cansado o mesmo ajoelhou diante da Rocha encostando a testa no mesmo tentando pensar numa forma de conseguir despertar o cosmo como foi ordenado por Fobos, de canto de olho observou o cavaleiro de Tigre branco, lembrando-se de cada palavra que ele havia mencionado na explicação, “O ódio é uma grande força propulsora e que pode te levar a ter o mais poderoso dos cosmos”, “A segunda maneira é para protegermos alguém!”, “A terceira forma é lutar por seus sentimentos e ideais!”.
O aspirante se levantou respirando fundo mais descansado, e posicionou-se novamente da mesma forma de antes, seu pé esquerdo para frente e o direito para seu apoio, dobrou seu cotovelo esquerdo deixando seu punho cerrado com a palma para cima e o direito esticado com o punho também cerrado para baixo próximo da Rocha, em suas lembranças veio a ultima conversa que teve com seu pai antes de acordar no alto da montanha.
--------------------------------------------(lembrança de Ikaru) -------------------------------------------
A mente de Ikaru teve uma lembrança de uma breve luta que teve com Karamanis enquanto o mesmo o ensinava o combate corporal, o mesmo se apoiando em um cajado de madeira conseguia lutar contra seu filho com maestria e derrota-lo.
(Ikaru) --- Papa... Como consegue me vencer?
(Karamanis) --- Ikaru, você está usando um poder superficial.
(Ikaru) --- Força superficial?
Karamanis caminhando lentamente com a ajuda de seu cajado foi até a beira de um penhasco, Ikaru caminhou ao seu lado se se posicionado na beira com seu mestre, a brisa tocava seu rosto novamente durante o por do sol.
(Karamanis) --- Ikaru, o que você vê ao horizonte?
(Ikaru) --- O mar, ilhas ao fundo e o por do Sol...
(Karamanis) --- São superficiais, por dentro de cada partícula de água por dentro de cada molécula de ar, existem átomos... Por dentro de cada pedaço de terra, de madeira e de nosso corpo, existem átomos... Tudo o que pode ver é composto por átomos... Ikaru ficou olhando o horizonte fixamente enquanto ouvia seu pai falando, podia prestar a atenção em cada palavra que o mesmo pronunciava, era não só uma lição de luta, mas também de vida.
(Karamanis) --- Você jamais poderá vencer um adversário se não puder romper seus átomos do seu corpo, a força não nasce de seus músculos, nasce de seu coração, Ikaru... Pelo que você está lutando? Pelo que Lutaria?
A pergunta de Karamanis fez Ikaru ficar pensativo, olhava para seu pai tentando disfarçar, porém era evidente em seu rosto que estava em duvidas quanto os motivos pelo qual lutar.
Voltando a sua realidade, Ikaru respirou fundo, olhando para o centro da Rocha fixamente, a palavra de Karamanis se misturou com a de Fobos martelando em sua cabeça, “Ikaru... Pelo que você está lutando? Pelo que Lutaria?”, “A terceira forma é lutar por seus sentimentos e ideais!”, “Pelo que Luta?”, “Lutar pelos seus sentimentos”.
(Ikaru) --- Lutar pelos meus sentimentos...
(Ikaru) --- Ter uma razão pela qual lutar...
(Ikaru)--- Eu luto por ti... patéras(πατέρας// Pai)
(Ikaru gritando) --- EU LUTO POR TI PATÉRAS
Ikaru sentiu uma força diferente tomar conta de seu corpo, seu sangue correr com força pelas suas veias queimando, o semblante sem vida do aspirante deu lugar a seriedade e determinação, o vento começou a soprar com força pelo local do oeste para o leste fazendo suas vestes balançarem. Ikaru puxou seu braço para trás lentamente sentindo uma grande força preencher seu punho com intensidade um poder idêntico ao que sentiu durante sua jornada para Atenas, mas não superficial, vinha de dentro para fora de seu corpo, uma explosão cósmica carregado em seus punhos o aspirante disparou um soco contra a Rocha que não suportou o impacto fazendo um buraco cilíndrico em seu centro, fazendo com que a parte de cima da imensa rocha caia por falta do sustento fazendo um estrondo cortando o silencio do local, não se virou para Fobos, apenas permaneceu olhando o objeto quebrado com seus punhos e seus joelhos sujos de sangue.

 Ikaru havia cumprido as ordens de Fobos, despertar o cosmo e destruir a rocha a sua frente, por alguns instantes a armadura de Leão Branco surgiu em seu corpo, para o aspirante, foi como sentir o abraço de seu pai, no momento olhou para o céu ainda no azul do dia e pode ver a imagem de Karamanis e então o jovem sorriu.
Enfim a armadura se desprendeu do corpo de Ikaru e o mesmo ouviu a áspera voz de Fobos elogia-lo, nesse momento seu sorriso para o céu se desfez voltando a ficar com seu semblante sem expressão alguma, logo se virou de frente para o mesmo e pode escuta-lo mais um pouco, seu cinismo era tão claro quanto um riacho de água cristalina.
Apesar de todo o jeito áspero de Fobos sua sinceridade poderia atingir um nível muito alto chegando a beirar a nobre arte da grosseria, mas o jovem aspirante sabia que estava no caminho certo e tinha total ciência de que poderia encontrar seu destino se continuasse a batalhar por ele.
Ikaru ouviu também o cavaleiro de Tigre Branco falar do sétimo sentido, o jovem aspirante se aproximou de Fobos e fez um aceno breve com a cabeça concordando com o mesmo, apesar de nunca ter ouvido falar de cosmo, consequentemente sétimo sentido, Ikaru tinha ciência que sétimo vinha além dos sentidos comuns.

 

Um ambiente agradável ao redor dos dois, Ikaru permaneceu olhando para Fobos de forma sutil se posicionou em guarda esperando começar mais um treinamento, porém o rosto de espanto se fez a face do jovem aspirante no momento em que seu mentor revelou que iria embora.
Era difícil acreditar que tal homem pudesse simplesmente virar as costas e partir em meio a um treinamento tão intenso quanto o que estava o aspirante engolia a seco permanecendo com o olhar fixo para Fobos, se perguntava os motivos que o levaria a ter tal comportamento, a duvida se o mesmo poderia ataca-lo a qualquer momento permaneceu na sua mente até que o Tigre Branco sumiu de seus olhos ao descer a montanha. Numa respiração forte e ofegante Ikaru desabou no chão sentado, era evidente seu cansaço pela força que usou com cosmo.

(Ikaru) --- Não posso... Não posso parar agora, tenho dois anos para elevar meu cosmo até um Deus... Só assim poderei libertar meu pai desse mar de mentiras...



O doce e tranquilo ambiente de gramas bem verdes e aparadas, arvores altas, e um lago de agua cristalina, Ikaru se sentou com as pernas na posição de lótus ou de vajra (cruzadas uma sobre a outra), a coluna vertebral é mantida direita como uma flecha os ombros estão puxados para trás, como as asas dum abutre a mão direita repousa dentro da mão esquerda ao nível do umbigo encostando os polegares, as palmas das mãos viradas para cima com a extremidade dos polegares em contato, A língua, nem enrolada nem crispada, repousa confortavelmente contra o palato, fechou os olhos lentamente, contando a respiração longa e lenta controlando os batimentos cardíacos, contava lentamente, um... Dois... Três... Quando chegava a dez recomeçava a contagem.
Por durante dez minutos o aspirante permaneceu sua meditação, o céu já escureceu, a lua cheia gigante a suas costas iluminando o ambiente, o aspirante abriu os olhos lentamente e suspirou e levantou.

(Ikaru) --- Se tenho dois anos... Irei treinar com quem pode me ajudar.

Ikaru olhou em volta e viu que talvez não pudesse ir muito longe, usando a lógica não iriam o deixar sair do lugar apenas por ele querer sair e treinar com seu pai, mas o aspirante pensou bem e lembrou-se de quando seu pai o obrigava a ler histórias, estudar biologia a escrever e falar pelo menos três idiomas mortos e três ativos, matemática, química e física, fora os exercícios físicos.

(Ikaru) --- Livros, talvez tenha alguma biblioteca por esse fim de mundo!

Ikaru desceu da montanha com todo cuidado possível para não cair, o aspirante finalmente podia sentir o solo fixo em seus pés e começou a correr podia ver a alguns metros na frente um pequeno vilarejo dentro dos territórios do templo lunar. Ao adentrar na vila iluminada por lampiões, enquanto corria pode observar as construções de rocha esculpidas arquitetando as cabanas dos aldeões com portas e janelas de madeira, o seu solo era revestido por rochas fragmentadas e alinhadas de formas ordenadas formando um piso plano. No centro da Aldeia havia uma construção muito alta em sua faixada esculpida a palavra “βιβλιοθήκη” (Biblioteca), um portão grande de madeira fechado, com puxadores dourados nas portas.

(Ikaru) --- Isso é fácil...


Ikaru deu um sorrisinho, lembrando-se dos dias de roubos no vilarejo de Atenas quando era mais novo, o aspirante observou que a construção era maior que as demais e sua proximidade, com os olhos pode calcular exatamente a distancia, velocidade e impulso que tomaria para conseguir seu objetivo, as cabanas tinham poucas larguras entre si. O aspirante correu entre duas cabanas e encostou sua coluna em uma das paredes junto às palmas de suas mãos dando apoio, num breve impulso levantou seus dois pés tocando na parede da cabana a sua frente. Com as mãos Ikaru fazia uma alavanca para subir o tronco de seu corpo e apoiava o peso nas costas em seguida subia de passo em passo escalando a parede a sua frente, Ikaru repetiu os movimentos até chegar ao telhado onde tinha uma borda de um palmo a partir da parede e sua espessura de aproximadamente 15 centímetros. Mais uma vez Ikaru mostrou sua destreza em movimento rápido tirou uma mão da parede segurando na beirada do telhado e depois fez o mesmo com sua segunda mão, fez o mesmo movimento com seus pés deixando-os na beirado do telhado com as solas para baixo. Os movimentos feitos pelo aspirante deixou seu corpo pendurado entre os telhados, separando um pouco os pés um do outro, fez força levantando o tronco do corpo até os limites de seus braços, soltou uma das suas mãos e depositou seu antebraço no topo do telhado e em seguida fez o mesmo com o outro antebraço dando apoio, finalizando com as palmas das mãos para baixo fazendo uma nova alavanca com seu corpo sentando na beirada do telhado.
Ikaru logo estava em pé sobre o telhado, ao observar tinha mais dez cabanas a sua frente para ficar ao emparelhado com a Biblioteca, começou a correr e a pular de telhado em telhado atravessando-os e pode observar que tinha três grandes janelas em formato cilíndrico com um vidro em seu meio para ajudar na iluminação, a distancia era suficiente para alcançar a beirada na “entrada alternativa”. O aspirante ficou a duas cabanas da biblioteca e começou a correr, pulando entre as construções ganhando mais velocidade, para sua surpresa estava um pouco mais rápido do que acostumava a correr, ao chegar na beirada deu um salto com grande impulso.
O Salto de Ikaru o fez conseguir seu objetivo que era alcançar a vidraça da janela, o aspirante deu um soco no vidro quebrando-o e em seguida adentrou a Biblioteca, com a luz da lua invadindo as janelas ajudou com que o garoto reunisse todos os livros necessários, pode carrega-los em baixo dos braços deixando em cima de uma das mesas.
Ikaru tirou sua camisa e deixou os livros dentro do mesmo amarrando-o fazendo uma “trouxinha” para pendurar em seu braço, o aspirante suspeitou por não aparecer ninguém mesmo depois do barulho que fez, correu para trás da porta se escondendo na escuridão, ao observar que a chave estava na porta da biblioteca teve então a dedução de que o local estava vazio e a porta aberta, uma cena que jamais havia presenciado rapidamente o garoto puxou a porta saindo e a fechando em seguida.
Os primeiros raios do sol brilhavam pela manhã seguinte, Ikaru já estava em pé novamente no alto da montanha a brisa tocando seus corpos e o silêncio do ambiente e começou a ler os livros e a estuda-los atentamente, por dois meses o aspirante pode observar e estudar página por página de cada um dos livros em que pode ler. Após os dois meses em que terminou os livros o aspirante começou a realizar uma rotina de treinamentos, pela manhã treinavam Feng Shui para evoluir sua sensibilidade perante o ambiente e sua distinção do que é bom ou ruim, a tarde treinava Kung Fu onde foi dividida em treinos de técnicas e estilos, quando anoitecia fazia meditações budistas para despertar e alimentar o cosmo. Toda essa rotina de treinamento alimentava a agilidade, força, espirito e cosmo de Ikaru, controle físico emocional e mental e aumento de suas defesas.
O Feng Shui é uma corrente de pensamento analítico com tradição de mais de 4000 anos. Os mestres chineses que o estruturaram teriam percebido que cada área natural, terreno ou edificação seria dotada de sua própria vibração e estaria sujeita às várias influências do ambiente que a circunda. O Feng Shui trabalha cada ambiente em dois diferentes níveis: o visível e o invisível. O aspecto visível se refere a tudo que podemos ver as diversas formas que estruturam cada espaço e as relações aparentes entre elas. Sua observação poderia indicar o que está errado num determinado ambiente, por exemplo, os ensinamentos do feng shui relatam que seria nocivo: a porta principal alinhada com a porta dos fundos; a escada alinhada à porta de entrada; ou objetos pontiagudos ou de aparência desagradável na direção de portas ou janelas. Os aspectos invisíveis são os métodos mais elaborados do Feng Shui são capazes de detectar as "influências invisíveis" de uma edificação. Estas características supostamente explicam porque intuitivamente sentimos alguns ambientes ou locais como "ruins" e outros como "bons".
O Kung Fu Combina-se ginástica completa de todo o corpo, bem como movimentos, denominados Katis, onde se compila, em sequências baseadas em movimentos de animais, mãos e pernas. Decorrentes das observações dos ataques dos animais, de onde se originou o Kung-fu, surgiram os vários estilos praticados no mundo. Seu treinamento é voltado para o relaxamento da mente e o desenvolvimento corpóreo, atribuindo-lhe saúde e bem estar.
Ikaru treinou os estilos “Ying Zhao & Ying Kune (Faan Tzi Ying Chao)” ou “Garra de Águia”. O estilo é reconhecido pelas 108 técnicas de chaves e associado a isso o treinamento específico que visa fortalecimento das mãos, braços e pernas do praticante em conjunto com as técnicas de formas (Katis) existentes no estilo.
“Luo Han (Shaolin Eighteen Lohan Hands)” ou “Mãos de Lo Han dos Dezoito Shaolins.” Onde compreendem exercícios fundamentais de Chi Kung (Qi Gogng) que podem trazer incríveis benefícios para o praticante se praticado apenas como Chi Kong.
“Tan Tui”. Onde Possui pelo menos 12 katis que são utilizados dentro de diversos outros estilos como forma de fortalecimento de membros inferiores devido a sua postura extremamente baixa e forte. O estilo não possui grandes acrobacias e saltos, caracteriza-se pela repetição de uma pequena seqüência de movimentos, socos, chutes e rasteiras executados para ambos os lados. Os chutes fortes e baixos são a principal característica deste estilo, e por ter sido treinado/desenvolvido em regiões de rios e pântanos daí o surge seu nome: Tan Tui (Pés na Lagoa).
“Xing Yi Quan (Liu He Quan)” É um dos mais antigos e ortodoxos estilos internos de arte marcial chinesa (como Tai Chi e Ba Gua Zhang). Xing refere-se a forna e Yi, normalmente, a mente ou íntimo. Quan (punho) nos traz a denotação de um método de combate sem armas.
“Cai Li Fo (Choy Lee Fat)” Estilo bastante conhecido por sua velocidade e potência, combina técnicas de mãos potentes (característica dos estilos do Sul) e técnicas de chutes versáteis (característica dos estilos do norte).
“Qi Xing Tang Lang” Estilo “Louva-a-Deus” e “Pek Siu Lum (Bei Shao Lin Men)”
“Tie Sha Zhang” Conhecida como “Palma de Ferro” Com muita utilização de Chi Kug, exercícios respiratórios. Através da canalização e do controle da energia o praticante busca fortalecer/desenvolver não somente as mãos, como o próprio nome diz, mas também outras áreas do corpo como: cabeça, tórax, abdômen, cotovelos, braços, pernas e pés. Tornando-se, por isso, mais fortes e protegidos de um impacto e/ou lesão.
“Shuai Jiao” Já há muito tempo é baseado no princípio da alavanca e oportunismo; dispensa grande esforço físico e a técnica permite que qualquer pessoa, independente de força física, possa praticá-lo como defesa pessoal de maneira realmente eficiente.
Ikaru também pode realizar seus treinos de técnicas do Kung Fu, conhecer golpes corporais era fundamental.
Tie Bu Sha – Camisa de Ferro – O mais alto nível de maestria do Kung Fu. As técnicas são usadas para ficar imune a ataques de golpes, e até mesmo lâminas.
Dan Xie – Pontos Vitais – A arte dos pontos vitais pode abranger  pontos vitais elementares como articulações e zonas musculares, pontos vulneráveis como virilha, boca do estômago ou têmpora.
Biu Ji – Ponta dos dedos – Tal técnica consiste em golpear zonas corporais frágeis como olhos, garganta, axilas e virilha  com as pontas dos dedos.
Dim Mak – Toque da Morte – Dim Mak consiste em golpear órgãos internos e estourá-los causando hemorragia interna que poderá levar a morte.
Tie Tou Gong – Cabeça de Ferro – O cérebro é um dos órgãos mais vulneráveis do corpo. Fortalecendo a cabeça e a revestindo com Chi para que ela fique invulnerável.
Tie Gu Gong – Ossos de Ferro – O treinamento consiste em bater as partes ósseas do corpo, como braços, canela (tie jing gong), cabeça e etc, até atingir alto grau em resistência.
Os dias foram se passando lentamente, Ikaru sempre seguia a sua rotina de forma rigorosa, tirando intervalos de 2 horas de descanso durante os treinos e uma noite relaxando por também duas horas com seu corpo submerso no rio num tratamento de recuperação dos músculos. Após realizar toda essa rotina, Ikaru começava a tentar treinar sua concentração de cosmo, em frente a uma imensa rocha o aspirante fechava os olhos lembrando-se dos ensinamentos de canalização de energia e meditação.
Dois anos se passaram e Ikaru manteve seu treinamento de forma intensa e rígida, o jovem aspirante havia evoluído muito seu suas habilidades, em sua mente as imagens do Tigre Branco e de Karamanis o motivava a não cair exausto, sabia que Fobos podia aparecer a qualquer momento, o que fez intensificar ainda mais seu treinamento para que não fosse pego desprevenido. 

Os dois anos se passaram, o dia em que encontraria Fobos depois de tanto tempo, mesmo com os longos dias sem poder encontra-lo, Ikaru não podia negar que sentia uma repulsa pela sua presença, como de costume ao anoitecer o jovem meditava buscando manter o controle de seu cosmo e equilíbrio do corpo e mente de forma inesperada o aspirante foi atingindo de forma agressiva por um golpe de Fobos, o forte impacto fez com que seu corpo fosse arremessado de frente a uma rocha, dando tempo apenas de conseguir cobrir o rosto.

De imediato Ikaru se virou para trás com sua o canto de sua boca sangrando e acaba soltando um forte rugido como um leão feroz, uma ação feita totalmente no instinto e sem pensar, ao olhar melhor se deu conta do que fez e sua mente por alguns segundos ficou confusa, o que fez com que abaixasse suas sobrancelhas e seus olhos se voltassem a olhar para o nada, pensando seriamente no que acabara de ouvir.

A técnica do Tigre Branco era muito mais forte e se não tivesse sido os dois anos de treinamento ele teria sido fatiado feito bife instantaneamente, com dificuldades o garoto levantou já ouvindo as ofensas de Fobos, como sempre não perdia o costume de ficar tentando rebaixar Ikaru de todas as formas.

Ikaru ficou com os joelhos um pouco dobrados e as mãos se apoiando respirando fundo recuperando o folego e a energia, sua respiração forte e profunda o aspirante permaneceu olhando Fobos, o canto de sua boca ainda estava sujo de sangue os músculos de seu corpo um pouco rígido ainda devido aos acontecimentos, depois fechou os olhos e engoliu seco  a resposta das ofensas, abriu seus olhos e deu um breve sorriso após terminar de ouvir as ofensas de seu estimado mestre que tanto odiava.

Ikaru mesmo um pouco tremulo pode se por em postura novamente e moveu seu corpo para trás sentindo seus ossos estalarem e girando seu tronco um pouco para a direita e depois para a esquerda fazendo um rápido alongamento, aos poucos seu corpo foi voltando ao seu normal e o aspirante pode sacudir uma perna de cada vez para poder ficar tranquilamente em pé.

Ao deduzir que talvez tenha sido observado Ikaru revirou os olhos discretamente pensando no que acabara de imaginar e desejando seriamente que toda aquela conversa acabasse logo.

Ikaru se virou para Fobos e deu dois passos deixando suas pernas juntas, depois levantou os braços a altura do tórax em linha horizontal, seu punho direito estava serrado e o esquerdo estava aberto com os dedos juntos, levemente inclinado para cima com a palma encostada sobre sua outra mão e inclinou seu corpo para frente um pouco fazendo uma reverencia.

 

 Toda uma vida pode mudar de uma hora para outra, assim como o mar, onde muitas vezes é necessário mudarmos o curso para chegar a caminhos que não se podem ser encontrados, exceto pelos que já o conhecem, com Ikaru não é diferente.  O aspirante a Anjo Lunar se viu desde o inicio a buscar aprender a viver só, a triste infância nas ruas e o orfanato, a dolorosa doença de seu pai e agora sobreviver a Fobos.

A relação entre Ikaru e Fobos desde o inicio foi meio conturbado e tudo piorou no momento em que o aprendiz revelou seu nome, contudo ainda havia uma chama de esperança diante do abismo da morte em que o jovem de cabelos brancos vivia. A eminencia de sua morte fazia com que Ikaru se comportasse mais como uma aranha venenosa tendo que se adaptar as situações do que com um Leão branco.

Anos se passaram e Ikaru reencontra Fobos de uma forma não muito agradável, depois de dois anos treinando sozinho o aspirante teve duas certezas, a primeira é que o ataque que sofrera teria o matado de cara se não tivesse se empenhado da forma que se empenhou e a segunda é que com total certeza seu mentor continuara desprezível como sempre.

Após o aspirante ter caminhado na direção de Fobos e reverenciado pode ver no fundo de seus olhos um pequeno brilho, aquela imagem diferente fez com que Ikaru se sentisse melhor e sua raiva perante ao seu mestre diminuísse, por mais que tivesse odiado e desejasse falar barbaridades a ele o seu gesto de respeito fora entendido e correspondido.

O coração de Ikaru acelerou de forma desordenada ao ouvir os elogios e Fobos sobre seu amadurecimento, o que era verdade, pois se tivesse sofrido um golpe direto a dois anos atrás e tivesse sobrevivido iria confronta-lo nem que custasse sua vida.  Ikaru ainda estava com a postura de seu corpo ereta, os braços para trás ainda mostrando o respeito, as pernas afastadas e cabeça firme olhando-o como um soldado ouvindo seu capitão.

Após ouvir o pedido para que se sentasse Ikaru o obedeceu ficando com as pernas cruzadas como se tivesse na posição de lótus, permaneceu olhando-o nos olhos de forma séria. Todo o semblante de seriedade deu lugar a um sorriso breve e disfarçado ao ouvi-lo chamar de talentoso e em seguida o cumprimentou com um aceno vertical com a cabeça e com muita humildade o respondeu.

Ikaru por uns instantes pensou em citar seu pai como exemplo, porém sabia que Fobos não iria gostar por conta de seu coração ferido e então decidiu respeitar sua dor, de certa forma Karamanis foi o equilíbrio que gerou o conflito e uniu mestre e aprendiz em respeito de cada um a sua memória. 

Ikaru ouviu atentamente os ensinamentos de Fobos, ensinando sobre os méritos da vitória serem do cosmo e não de sua armadura e sua explicação a respeito da essência do cosmo, cada palavra dita pelo Tigre Branco ecoava na mente do aspirante, realmente era algo que se necessitava realizar para que pudesse despertar o seu sétimo sentido. Após uma explicação clara de Fobos, a pergunta que veio para mexer com a mente de Ikaru, o motivo pelo qual o aspirante se preparou muito para pensar e olhou a sua volta como se calculasse algo.

Ikaru continuou com sua rápida e detalhada análise, explicando dessa vez de onde o ataque poderia ter partido e apontando sua direção.

Após repassar seu “relatório” da sua falta de atenção e falha defensiva, Ikaru ouviu atentamente o ensinamento de como um predador deve agir, uma lição que provavelmente o aspirante jamais iria esquecer e por fim mais um elogio vindo de seu mestre e seu desejo de recompensa-lo ensinando uma nova técnica. Ikaru acenou com a cabeça e se levantou aguardando as próximas instruções de seu mestre a respeito da próxima lição a ser aprendida.